LEOPOLDO SILVA (1849 - 1892)
Nasceu em Minas Gerais, mas ainda jovem, veio a residir em São José do Ribeirão. Casou-se com Dª Maria Luísa Chevrand e o casal teve 12 filhos . Posteriormente mudou-se para o distrito de Bom Jardim (naquele tempo ainda pertencente a Cantagalo). Possuía uma casa comercial e também adquiriu a propriedade do Hotel Bom Jardim.
De espírito inventivo e empreendedor, Leopoldo Silva, interessado na possibilidade de exploração comercial da navegação aérea, foi o primeiro brasileiro a pensar na organização de uma companhia de transporte aéreo. Em 1890 solicitou a patente do aeróstato dirigível “21 de Abril” (1) com o volume de 1.177 metros cúbicos, cujo esqueleto chegou a ser construído.
(1) Miniatura do "21 de abril".
E no intuito de construir o novo aparelho, fundou a Sociedade Particular de Navegação Aérea, emitindo ações ao portador (2) no valor de cem mil réis que prometiam aumentar seu valor, caso fossem bem sucedidas as experiências que teria iniciado com o balão dirigível “Cruzeiro do Sul”, outra denominação para o mesmo aparelho objeto do pedido da patente de 1890.
(2) Este era o conteúdo literal das ações: “O portador da presente acção terá, no praso de 12 mezes, direito ao tripulo do seu valor si o respectivo inventor abaixo assignado, obtiver o resultado que espera, aliás crível em virtude das opiniões d’ alguns profissionaes que assistiram às primeiras experiências feitas no Rio de Janeiro, com o Balão denominado ‘Cruzeiro do Sul’. Estado do Rio de Janeiro, Cantagallo, ....de .....de 1890. O inventor e responsável Leopoldo Silva. “
No ano seguinte (1891), Leopoldo chegou a conseguir a patente de seu engenho na Alemanha (3) Entretanto, morreu precocemente, com apenas 43 anos, sem terminar seu projeto: em 1892, acometido de uma doença fulminante, Leopoldo Silva falecia. Foi sepultado no Rio de Janeiro.
(3) Reprodução da patente obtida na Alemanha.
Para muitos, a criação de Silva (4) teria servido de inspiração para o dirigível “Zeppelin”. Em 1917, prestando-lhe homenagem, Gastão Barreto, redator de “O Bom Jardim”, escreveu:
“Devido ao descaso do poder, Leopoldo Silva desapareceu, pobre, sem o resplendor que lhe devia cercar o nome e encher de glória o Brasil e de orgulho, do mais nobre, do mais santo orgulho, o Estado de Minas, onde nasceu, e este Município, para onde veio moço ainda, aqui constituindo família, cuja prole, neste instante sem auferir quaisquer interesses pecuniários, sentir-se-á entretanto, orgulhosa, pela justiça, se bem que tardia, mas afinal, sempre feita ao precursor do Zeppelin, o brasileiro Leopoldo Silva.”
(4) Relatório e desenho do aerostato denominado 21 de abril, datado de 15 de fevereiro de 1890.
Homenagens também lhe foram prestadas de outras formas: um avião no museu da aeronáutica recebeu seu nome (5) e seu filho Sr. Leôncio Correia da Silva (6) o representou em evento que a municipalidade dedicou a ele no Cine Bom Jardim.
Agora em 2012, a B.P.M. João XXIII promove novamente uma homenagem e o resgate da memória bom-jardinense lançando o IV FESTIVAL "UM JARDIM DE POESIA" - Troféu Leopoldo Silva.
(5) Batismo do avião Leopoldo Silva.
(6) Sr. Leôncio Correia da Silva, filho de Leopoldo, recebendo as homenagens prestadas a seu pai, no Cine Teatro Bom Jardim. Ao seu lado, Sônia Thomaz.
Fontes de pesquisa:
Jornal O Bom Jardim – edição 33, de 17/02/1917.
Vida Doméstica – Revista do Lar e da Mulher – junho de 1930.
A história da indústria e tecnologia aeronáuticas – A fantasia no lugar da ciência. http://ihgbj.blogspot.com/2009/07/navegacao-aerea-um-fato-historico_4183.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário